terça-feira, 14 de abril de 2009

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA SECTARISTA OEIRENSE OU BREVE NOTA SOBRE CRIME IMAGÉTICO

Foto: Stefano Ferreira


"Na arte têm importância os que criam almas, e não os que reproduzem costumes"

*José Maria Eça de Queiroz


A nova Secretária de Cultura de Oeiras, praticamente afirmou que a cultura da cidade vai começar "a partir dela". Parece que nada foi feito nesse campo. Desqualificou meu trabalho à frente da Secretaria de Cultura, num informativo da Prefeitura Municipal de Oeiras, o que não me incomoda.

Primeiro porque meu trabalho é reconhecido não só aqui, mas em todo o Piauí. Trabalhei quatro anos à frente da secretaria, não colocado por uma imposição de algum político, mas sim, pelo critério técnico. Trabalho na área cultural há muitos anos, perpassei de voluntário a secretário e tenho minha consciência tranquila que o povo de Oeiras, sabe que na administração passada, a cultura deu largos passos, a cidade foi culturalmente valorizada como nunca e conhecida Brasil afora.


Cultura para mim, não é ir a lançamento de livro de parente como se vai a um aniversário, é algo mais profundo, é acima de tudo vivência, aprendizado contínuo, busca de amadurecimento através da arte. Arte da alma e não do poder. Isso os produtores culturais, os artistas, os intlectuais e o povo de minha terra reconhece em mim. O que de bom é erguido, não será desconstruído com falsas palavras ao vento.

Durante apenas quatro anos, instalei uma biblioteca pública, uma Casa de Cultura que até hoje abriga a secretaria municipal e que infantilmente a secretária não quer mais chamar pelo nome ao qual batizamos, Casa de Cultura Solar das 12 Janelas. Diz ela que remete a minha gestão.

O que não sabe ela é que esse nome já permeia o imaginário coletivo da população. Não sei se já deve ter lido Michael Foucault. Talvés não, mas deixa para lá...

É importante dizer que toda gestão democrática é passageira. Eu já passei, dei minha contribuíção institucionalmente, hoje tenho novos projetos, novos anseios. Acho que a caríssima perde tempo presa a minha gestão, deixando de aproveitar a sua para dizer a que veio, para produzir de fato. Talvez, me esquecer, seja o primeiro passo para desenvolver um bom trabalho. Continuar tentando fazer com que a cidade esqueça meu trabalho será em vão.

Produzi vários eventos culturais importantíssimos para a cidade, como a Mostra de Cinema Português, no 24 de Janeiro de 2005, a Mostra de cinema Villa do Mocha, em duas edições, o centenário do Escritor Oeirense Bujija Brito, solidifiquei o Festival de Cultura de Oeiras, onde junto com uma equipe de profissionais de primeira linha, fizemos a cidade vivenciar três edições memoráveis do evento.
Trabalhamos na valorização do importante grupo folclórico dos Congos de Oeiras, num incentivo jamais visto a um grupo folclórico de nossa terra, levando-os a a um dos mais importantes festivais de folclore do país, o Festival de Olímpia(FEFOL). Midiatizamos de forma inesquecível a Semana Santa de Oeiras, que foi por quatro anos difundida pela Tv Meio Norte para todo o Meio Norte do Brasil. Quem não teve saudade das transmissões maravilhosas dos anos anteriores?

Inclusive, quero lembrar que existe político que quando deputado em Brasília, nunca destinou um real para nenhum evento cultural oeirense. Hoje fala de cultura como se sempre tivessem se interessado por tal campo. Por que será?


Na mesma Semana Santa, criamos o Circuito Cultural, onde montávamos palco e trouxemos atrações da melhor qualidade para noites culturais nesse período, associadas a exposições de artes visuais. Aliás, evento plagiado em atração e até mesmo na posição do palco em que montávamos. Essas foram apenas algumas ações que foram feitas com pé no chão e muito respeito à cidade que vivo, moro e convivo. Muito ainda precisa ser feito, e sempre haverá mais a fazer. Sobretudo em um país onde a cultura não tem recursos próprios, depende de incentivos de empresas e órgãos.

Entretanto, não é derrubando o trabalho dos outros que se mostra competência e talento.


Vejam só, curiosamente, segundo a assessora de comunicação da Prefeitura de Oeiras, jornalista Cristiane Guedes, a mesma secretária que tenta desqualificar minha gestão cultural, pegou sem autorização uma foto minha, num ensaio que publiquei no site da Fundação Nogueira Tapety e entregou-lhe para que fosse publicada no tal jornaleco, mostrando assim, o desrrespeito e a falta de ética.
A foto é da Igrja da Matriz de Nossa Senhora da Vitória, em preto-e-branco, tirei num ângulo curioso, apoiando a máquina no chão.
A foto é conhecidíssima, devido a repercussão que teve quando publicada no Portal do Sertão.

É um verdadeiro absurdo a utilização de imagens, sem autorização de seus autores.

Cara secretária, publicar fotos ou imagens de quadros sem a prévia autorização do autor é crime!

Ser cego perante o obvio também!




*José Maria Eça de Queiroz


Diplomata e escritor muito apreciado em todo o mundo e considerado um dos maiores escritores portugueses de todos os tempos, Eça de Queirós nasceu José Maria Eça de Queirós, em Póvoa de Varzim-Portugal, no dia 25 de Novembro de 1845. Seu nome muitas vezes tem sido, de forma equivocada, grafado como "Eça de Queiroz".

Eça de Queirós morreu em Paris-França, no dia 16 de Agosto de 1900 (Funeral em Lisboa - 17 de Agosto)

Era filho do Dr. José Maria Teixeira de Queirós, juiz do Supremo Tribunal de Justiça, e de sua mulher, D. Carolina de Eça. Depois de ter estudado nalguns colégios do Porto matriculou-se na faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, completando a sua formatura em 1866. Foi depois para Leiria redigir um jornal político, mas não tardou que viesse para Lisboa, onde residia seu pai, e em 1867 estabeleceu-se como advogado, profissão que exerceu algum tempo, mas que abandonou pouco depois, por não lhe parecer que pudesse alcançar um futuro lisonjeiro. Era amigo íntimo de Antero de Quental, com quem viveu fraternalmente, e com ele e outros formou uma ligação seleta e verdadeira agremiação literária para controvérsias humorísticas e instrutivas. Nessas assembléias entraram Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, Salomão Saraga e Lobo de Moura.

Fundou a Revista Portugal com a colaboração dos principais e mais célebres homens de letras do seu tempo. Saíram desta revista 24 números, que formam 4 tomos de 6 números cada um. Para este jornal é que escreveu as 'Cartas de Fradique Mendes'. Na Revista Moderna publicou o romance 'A Ilustre Casa de Ramires'.

Bibliografia:
- 'A Morte de Jesus', no folhetim Revolução de Setembro (12, 13, 14, 27 e 28 de Abril, e 11 de Maio de 1870);
- 'O Mistério da Estrada de Sintra' (1870), em colaboração com Ramalho Ortigão, publicadas em 1871, no Diário de Notícias, e depois na coleção da Parceria Pereira, de que se tem feito várias edições;
- O Crime do Padre Amaro (1876 - 2ª versão), primeira em 15/Fev/1875;
- O Primo Basílio (1878);
- O Mandarim (1880), publicado no Diário de Portugal;
- Outro Amável Milagre (1885), in AAVV, Um Feixe de Penas, Lisboa, Tipografia de Castro & Irmão;
- Festa de crianças (1885), in AAVV, Beja-Creche, Coimbra, Imprensa da Universidade;
- A Relíquia, Porto (1887), Livraria Internacional de Ernesto Chardron, de Lugan e Genelioux, Sucessores;
- Os Maias - 2Vols. (1888), Porto, Livraria Internacional de Ernesto Chardron, de Lugan e Genelioux, Sucessores;
- Fraternidade (1890), in AAVV, Anátema, Coimbra, Gaillaud, Aillaud & C.ª;
- 'As Farpas' (1890/91), crônica mensal da política, das letras e dos costumes, por Eça de Queirós e Ramalho Ortigão, iniciada em Maio de 1871- Uma Campanha Alegre - de As Farpas (2vols - 1890/91), Lisboa, Companhia Nacional Editora;
- As Minas de Salomão (trad.) (1891), de Rider Haggard, Porto, Livraria Internacional de Ernesto Chardron, de Lugan e Genelioux, Sucessores;
- Almanaques (prefácio - 1895), in Almanaque Enciclopédico para 1896, Lisboa, Livraria A. M. Pereira;
- Um Génio que era um Santo (1896), in AAVV, In Memoriam de Antero de Quental, Porto, Mathieu Lugan;
- A Duse (1898), in AAVV A Duse, Lisboa, Tipografia da Companhia Nacional Editora;
- A Correspondência de Fradique Mendes (1900) - em 1889 na Revista de Portugal;
- A Ilustre Casa de Ramires (1900);
- A Cidade e as Serras (1900);
- Episódios da Vida Romântica, em 2 tomos;
- Eusébio Macário;


Stefano Ferreira
Jornalista, Professor, Escritor e Poeta.


7 comentários:

Anónimo disse...

conheci primeiro o trabalho do stefano, antes mesmo de conhecer sua figura. Fiquei, nos últimos quatro anos, feliz todas a s vezes que ia para nossos eventos em Oeiras, pois sabia que encontraria sempre uma programação cultural bem pensada e de bom gosto. tive até conversando com o Chico Rego, boca preta de carteirinha, ele reconhecia, ainda na última semana santa, que oeiras perdeu muito, em termos de cultura, com a saida do stefano e com o apoio que o prefeito tiel dava aquela secretaria. Concordo com você, cultura não se faz com perseguições, com fuxico, e sim com conhecimento, que acredito que teria que ser previo para se chegar a posição de secretaria de cultura de Oeiras.

Anónimo disse...

valeu stfano, não fui a oeiras e pela primeira vez, nos últimos quatro anos, fiquei sem ver nada da semana santa de oeiras. Essa secretária é igual ao pai dela que é conhecido como "linha direta", o que só dá noticia ruim, fuxicos, etc. Ela devia era ter feito uma boa semana santa, os meus amigos que ai estiveram disseram que não foi uma negação.Um abraço, flavia queiroz

Jadson Osório disse...

Acho seu desabafo oportuno é elegante.Admiro muito seu trabalho, por ver nele o que realmente Oeiras precisa.Você foi um secretário novo,visionário e bem-sucedido.Capaz de dar ao ares oeirenses nova atmosfera,criando e incentivando novos meios de mostrar Oeiras ao mundo.O resto é depeito e atestado de incompetência...
Adoro sua coragem!!!!

maíra disse...

Stefano estou surpresa com o seu desabafo, vc esteve à frente da secretaria fez um excelente trabalho para a comunidade em geral, ( vc deve saber disso, ja que muitos lhe parabenizam expotaneamente)entao n deveria agora estar se incomodando com o q dizem e deixam de dizer sobre o trabalho da sua EQUIPE(e não o "seu" trabalho). Como vc mesmo diz, vc ja deu sua contribuição, continue sendo "maior", n se deixe envolver por picuinhas, por q n quero acreditar q esse virus das piadinhas entre bocas pretas e tupamaros infectou vc. Um braço, boa sorte em seus novos projetos.

Jadson Osório disse...

Acho oportuno e elegante seu desbafo.Seu trabalho à frente da secretaria de cultura foi adimirável,novo.Adoro sua coragem de fazer e de mudar!!

Anónimo disse...

E quanto a vc Stefano, deveria deixar também a Secretária trabalhar, sua vez já passou, e com certeza não voltará!!

Stefano Ferreira disse...

Caro Anônimo, eu já falei isso no meu texto. Já dei minha contribuição. Minha vez passou mesmo.No serviço público é assim. Agora é a vez de outros. O que eu quero é que trabalhem e me deixem em paz. Por que tenho trabalhado agora em outros projetos. Um abraço!