O SOM LUZ DE MARLUI

Ontém me emocionei com o trabalho de uma artista que até então não conhecia.

Estava procurando, um programa de qualidade na TV e entre a Índia carioca BBB’s e o BBB, encontrei um show sendo exibido na TV Brasil.

A sonoridade da artista era indígena, mas seus traços eram nordestinos. Porém ela trazia o rosto pintado como indígena.

A sala onde o show foi gravado era pequena, os olhares atentos e uma voz suave, expressando ora sofrimento, ora amor, ora denúncia, num dialeo que não conheço, mas que me dizia tudo, a musicalidade quase abstrata e ao mesmo tempo brasileira demais daquela mulher iluminava minha alma.

Só depois do primeiro intervalo descobri que se tratava de uma artista chama Marlui Miranda.

Então, depois do deslumbramento, fui em busca de seu trabalho primoroso, sobretudo com comunidades indígenas, que não lhe servem só de inspiração, mas também, de estudo para que sua obra possa ser composta.

Nascida em Fortaleza e criada em Brasília, mudou para o Rio de Janeiro na década de 70 e estudou violão clássico com professores renomados como Turíbio Santos, Paulo Bellinati e outros.

Tocou com Egberto Gismonti, Milton Nascimento, Jards Macalé, e em 1979 lançou o disco "Olho d'Água". Compôs trilhas para cinema e teatro e atua também como compositora. Suas músicas já foram gravadas por Ney Matogrosso, Sá & Guarabyra e outros. A partir da década de 70 passou a pesquisar e estudar a música dos índios brasileiros, atividade a que se dedicou por diversos anos.

Ganhou bolsa de uma instituição nova-iorquina e realizou um projeto de preservação e recriação da música indígena da Amazônia brasileira. Com esse trabalho atuou como consultora de música indígena em filmes e eventos, gravou discos para o Brasil e para o exterior e produziu espetáculos, como a missa indígena criada a partir de músicas de tribos e apresentada na Catedral da Sé, em São Paulo em 1997 com a participação de orquestra jazz sinfônica e coral. Desde 1996 é integrante do grupo Pau Brasil. Em 1998 participou do disco "O Sol de Oslo" com Gilberto Gil, Bugge Wesseltoft, Trikot Gurtu, Rodolfo Stroeter e Toninho Ferragutti.

Vale a pena ouvir os discos listados abaixo:

I HU- TODOS OS SONS
2 I HU- REZAR
HAS STADEN(1999)