terça-feira, 28 de julho de 2009

MINICONTO DO MEDO

Sobressaltada e ainda tonta do conhaque que tomara, acordou com os estrondos secos, vindos da rua fina que passava ao lado do seu quarto.

Levantou, quase não ascendeu um palito de fósforo molhado em mesa de bar e quando conseguiu, já com os olhos lacrimejantes de medo e ansiedade, se aproximou da janela em cor crua, sem tinta alguma, olhando pela fresta, como quem olha uma luneta a procura do universo.

Respirou fundo, como quem prepara os pulmões para encher balão e sorrindo bem alto, em gargalhadas, foi deslizando pela parede até o chão onde se deitou, gargalhando e se remoendo como alguém em ataque epilético.

Crianças soltavam fogos de São João fora de época.

Stefano Ferreira. Julho de 2009

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