
Tudo que Clarice Lispector escreveu, continua forte e me provoca momentos de reflexões profundas.
Principalmente os romances, com suas personagens carregadas de momentos de epifania(momentos de clarão que as transformam), monólogos interiores e discursos que misturam as falas das personagens, dos narradores e dela mesma(clarice).
Sempre percorro as páginas embriagadas de lirismo e filosofia, misturadas a um sarcásmo interior, própio de seus textos.
Há dois anos, quando a Feira Literária Internacional de Paratí, homenageou Clarice, muitos livros de crítica de sua obra foram lançados, debates e mesas redondas foram realizados e a Revista Bravo!, maior publicação de cultura do Brasil, dedicou um número inteiro á obra de Clarice Lispector.
Ao ler essa revista comemorativa, a publicação de um livro me chamou atenção, a obra chamada "Aprendendo a viver", traz fotos e frases de Clarice, mas o interessante é que as frases são retiradas de falas de personagens de seus romances.
A maior parte dessas frases, mostra o envolvimento que a escritora tinha com suas criaturas e provoca no leitor, uma viagem reflexiva relacionada com a expressividade das fotos. Algumas das fotos foram tiradas por Érico Veríssimo, amigo íntimo da escritora mais profunda e intimista de todos os tempos.
Vasculhando uma livraria no Centro Cultural Dragão do Mar em Forteleza, encontrei a jóia em uma das estantes. Logo comecei a me deleitar parado alí, esquecendo do tempo.
O projeto gráfico é digno de se colocar o livro no centro da sala de estar, para que suas visitas possam folhear, as fotos bem expressivas e as frases completamente arrebatadoras e filosóficas da escritora que até hoje consegue tocar leitores com suas personagens totalmente redondas.
Clarice sempre vale a pena pelo enigma que nos consegue deixar.
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