quarta-feira, 11 de julho de 2007

CARTA MINHA PARA A REVISTA PIAUÍ

Caríssimo editor da Revista Piauí,

Causou-me extrema indignação, quando ao folhear a revista Piauí número 10, li a matéria intitulada; “Estado inexistente”, logo nas primeiras páginas dessa revista, na seção da chamada esquina. Não em relação à revista, da qual sou assinante e considero um importante e inteligente veículo de comunicação, mas pela forma preconceituosa que o Guia Quatro Rodas, tratou o estado do Piauí, na edição 2007 e que a revista tão coerentemente debateu sobre tal fato.

Comportamentos como o do Guia, nos mostram a falta de sensibilidade de alguns veículos, que inebriados pelo preconceito, ignoram belezas como as citadas pela matéria.

O depoimento do Sr. Eduardo Camargo, editor da publicação, acerca da não referência dos roteiros do Piauí no Guia, foi no mínimo vexatória e sem coerência. Já a do diretor, que ironicamente disse que nós piauienses moramos de pijaminha em seus corações, foi deselegante e lamentável, para um profissional que ocupa tal posto.

É realmente de se estranhar, uma publicação desse porte deixar de fora, um parque como o da Serra da Capivara ou o exuberante Delta do Piauí.

Entretanto, gostaria de colocar para a Revista, que além das belezas citadas na matéria como a Serra da Capivara, Sete cidades, Serra das Confusões e o Delta do Parnaíba, a Revista Piauí, talvez tenha esquecido de citar, a Primeira capital do Piauí.

Oeiras, cidade colonial, monumento nacional, rica pelo seu acervo arquitetônico e imaterial, inclusive conhecida por sua musicalidade através do grupo bandolins de Oeiras, uma orquestra composta por senhoras de mais de oitenta anos.

A cidade é sempre citada na mídia, pelo grande mestre, Ariano Suassuna, por seu conjunto arquitetônico, suas Igrejas seculares, suas tradições religiosas e seu valor histórico.

Essa lembrança não é nenhum recalque ou bairrismo, mas uma referência oportuna, por tudo que a cidade representa para o nosso estado e pelo potencial turístico que ela possui.

O Piauí existe, é um estado de povo bonito, inteligente e hospitaleiro. Não costumamos nos vangloriar com preconceitos e retrocessos, temos nossas fragilidades econômicas e sociais, afinal de contas vivemos no Brasil, mas somos, sobretudo, felizes, dignos e residentes de um estado de cultura diversa e belezas naturais invejáveis.

Pena que a maior publicação de divulgação do setor de turismo brasileira, não vai ter em suas páginas, belas imagens desse paraíso que não encontra brechas para se descortinar ao Brasil.

Francisco Stefano Ferreira dos Santos
Secretário de Cultura de Oeiras

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