Mesmo assim, os discos não saíam de minha cabeça, a curiosidade em relação à sonoridade do novo trabalho, a necessidade de comprovar o que tinha lido na revista, enfim, a paixão que tenho pela cantora.
Ao comprar, decidí fazer "mamaezinha mandou eu escolher esse aqui", escutando primeiro o da capa preta, criada por Gringo Cardia, intitulado "Infinito Particular. "
Ao passear pelas primeiras faixas do disco, fixei atenção na melodia doce e árcade da segunda música. O som estava querendo traduzir algo que eu gostaria de ouvir. E ouví.
A musica se chama vilarejo, uma canção composta em parceria com Brown e Arnaldo Antunes, a tríade tribalista, com participação do músico Pedro Baby.
A letra é a descrição de um desses lugares, onde o "horizonte deita no chão e as portas e janelas ficam sempre abertas pra sorte entrar".
Ouví, se não me engano, umas 360 vezes, cada vez que ouvia tinha a certeza de que a música tinha sido feita sob medida para meu vilarejo.
Oeiras se encaixa perfeitamente na brincadeira árcade-contemporânea dos tribalistas. Assim, detectei que naquele infinito particular de Marisa Monte, estava um cantinho do meu finito universo mafrensino.Da minha Shangi-lá do sertão.
E para comprovar aí vai a letra:
Vilarejo
Marisa Monte
Composição: Marisa Monte, Pedro Baby, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes
Marisa Monte
Composição: Marisa Monte, Pedro Baby, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes
Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansaVê o horizonte deitar no chão
Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraiso se mudou para lá
Por cima das casas, cal
Frutos em qualquer quinta
Peitos fartos, filhos fortesSonho semeando o mundo real
Toda gente cabe láPalestina Shangri-lá
Vem andar e voaVem andar e voaVem andar e voa
Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertasPra sorte entrar
Em todas as mesas, pão
Flores enfeitandoOs caminhos, os vestidos, os destinosE essa canção
Tem um verdadeiro amor
Para quando você for
4 comentários:
adorei seu blog.vc é um poeta. E só um poeta "apaixonado" pode ter essa senssibilidade. Nas suas palavras eu tbém vi e senti a semelhança com a nossa querida Oeiras. Através delas eu senti o vento de maio em meu rosto ao caminhar pela praça da vitória , me vi sentada na porta da casa de vovô com as porta e janelas abertas.. .Eu realmente me transportei. obrigada...bjs.... Continue assim vc tá DEZ .....
Isthephanu,
Bom encontá-lo por aqui. Matarei as saudades mais vezes.
Fred & Chris.
Letra maravilhosa, comentário ídem...
Uma música que me faz lembrar de Oeiras, mas que foi feita para São Luís-MA, é "Azulejo" de Zeca Baleiro e Fágner.
Azulejo (Fagner e Zeca Baleiro)
Era uma bela era uma tarde o casario
Era o cenário de um poema de Gullar
Tão de repente ela sumiu numa viela
Eu no sobrado e uma sombra
Em seu lugar
Cada azulejo da cidade ainda recorda
E cada corda onde tanjo a minha dor
No alaúde da saudade no velho banjo
No bandolim chorando
O fim do nosso amor
A primavera benvirá depois do inverno
A flora em festa nos trará outro verão
Eu fecho a casa dou adeus
Ao gelo eterno
Vou viver de brisa arder em brasa
No calor do Maranhão
Quando pus os olhos no comentário de seu blog me transpotei no tempo. As palavras que descreveram Oeiras me encheram de saudades.
A tenho colhida no coração.
Fruto de um momento breve e forte que deixou uma impressão de sonho...
...as ruas de pedras que pisei...
A praça da Vitória que singularmente ainda reflete em mim todo o "infinitamente particular" de um lugar tão doce navegando no tempo sem pressa...
saudades...
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